João Pina: “O prémio de jornalismo Gabriel García Márquez é um espaço para continuar a formar novas gerações de jornalistas”.

João Pina: “O prémio de jornalismo Gabriel García Márquez é um espaço para continuar a formar novas gerações de jornalistas”.

O prémio Gabriel García Márquez de Jornalismo (Premio GGM), é seguramente um dos mais respeitados prémios iberoamericanos de jornalismo. Não só por ostentar o nome do grande mestre, mas precisamente porque a Fundação para o novo jornalismo iberioamericano (FNPI) por ele criada, não ficou à sombra do seu fundador. Os seus integrantes como bons jornalistas, questionam o mundo, procuram soluções, e criaram um espaço para discutir os meios com que o jornalismo trabalha hoje, adaptar as novas tecnologias à produção de jornalismo sério, e continuar assim a formar gerações de jornalistas que trabalham nas suas mais diversas linguagens.

Conheci o prémio através de vários colegas latino-americanos que me falaram dele, e alguns foram finalistas. Concorri nos últimos anos várias vezes, e tive a felicidade de em 2013 ter sido “shortlisted” com o meu trabalho sobre a Operação Condor.

No ano 2014, tive a honra de ser convidado pela FNPI para ser parte do júri da 2ª ronda do prémio GGM na categoria de Imagem. Aí pude ver e aprender alguns dos exemplos do melhor que se faz em fotojornalismo e imagem em movimento em toda a região, foi uma experiência muito interessante e aprendi muito com alguns dos trabalhos que foram apresentados. Infelizmente, acho que nem todas as candidaturas estavam editadas e com as informações completas para quem não conhece as histórias poder aprender delas como deveria. Mas acho que candidatarem-se com trabalhos ao prémio GGM é algo fundamental, numa altura em que o jornalismo sofre com a falta de meios financeiros, esta é uma grande oportunidade para ver bons trabalhos reconhecidos.

Fui também convidado em 2014 a participar no festival que aconteceu em Medellín, e onde durante 3 dias pude assistir e participar em debates e conferências. Conhecer colegas que só de nome tinha ouvido falar, e participar numa merecida e interessantíssima homenagem ao “Gabo” poucos meses depois da sua morte. Estes três dias em Medellín, não só me ajudaram a compreender melhor a minha profissão, como partilhar os desafios desta com colegas, e aprender com as experiências que todos nós fazemos no dia a dia para tentar levar mais além as fronteiras do jornalismo, e o impacto que este pode ter na sociedade do século XXI.

Assim, espero que todos os jornalistas portugueses e brasileiros, apresentem o melhor do vosso trabalho para a edição de 2015. Seguramente não se irão arrepender.